O movimento feminista resultou em muitas conquistas para as mulheres como: o direito ao voto e de pedir o divórcio, por exemplo. Mas mesmo após três séculos de lutas, as mudanças em relação à sua inserção no mercado de trabalho ainda são lentas. Para elas, o simples fato de ser ou ter o desejo de ser mãe pode tornar-se um empecilho na sua vida profissional. Muitas empresas levam em conta no momento da contratação se a mulher tem filhos ou se pretende tê-los no futuro. Além de ser mais dispendioso contratar e manter uma mulher com dependentes, a disponibilidade para viagens é quase nula dependendo da idade da criança e ainda há a possibilidade de maior número de faltas por causa dos filhos. Crianças costumam ficar doentes e não escolhem o momento para isso. Pode ser num feriado, no dia de maior movimento na empresa ou no dia de uma reunião importantíssima. Para evitar situações como estas muitas mulheres adiam ou deixam de lado o sonho de ser mãe. Mas será que esta é a melhor decisão a ser tomada? Saber o momento certo para ter um filho é um desafio constante na vida da mulher que almeja ter uma vida profissional bem-sucedida. Engravidar significa para muitas abandonar seus objetivos profissionais e dedicar-se ao cuidado da família. Conciliar o trabalho doméstico com o trabalho fora de casa é uma tarefa árdua e exige muita paciência e dedicação. Fatores como serem vistas como "penetras" em ambientes considerados masculinos, receberem salários até 40% menores que os homens e a pouca representatividade entre os cargos de chefia nas empresas, propiciam esse afastamento. Existem leis que proíbem discriminação admissional e que garantem a permanência da mulher no emprego antes, durante e após o parto, mas muitas vezes, estas leis são ignoradas e ao saber da gravidez de uma funcionária, algumas empresas a demitem ou após o período de licença a dispensam do trabalho sem justa causa. Esta atitude causa impacto negativo nos resultados dos demais colaboradores gerando um clima organizacional ruim e pode refletir uma imagem negativa para a empresa no mercado passando a ter dificuldade em recrutar e manter bons profissionais. A realidade evidencia que os fatores culturais ancorados no patriarcado, privilegiando e valorizando mais os homens para colocar em segundo plano as mulheres e suas contribuições, são tão fortes que, passadas décadas e muitas vitórias no que se refere à obtenção de leis favoráveis às mulheres e à visibilidade do papel fundamental que elas desempenham na sociedade, a tão desejada equidade de gênero ainda não aconteceu. (TORREÃO, 2007, p.19) Durante séculos elas viveram à margem da sociedade submissas a seus maridos e reprimidas por uma cultura que valoriza o homem e subestima a mulher. Agora estão tendo a oportunidade de mudar a história e conquistar sua independência invadindo o espaço que era exclusivo dos homens. O que deve ser visto como importante pelas empresas é a competência da mulher em realizar suas atribuições de maneira satisfatória e não o fato dela ser mãe ou desejar ter filhos. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, a mulher vem ganhando cada vez mais destaque no trabalho fora de casa, superando os preconceitos e mostrando que tem potencial. O sonho de qualquer profissional é ter sucesso naquilo que faz e para a mulher não é diferente. Algumas empresas já perceberam o poder da mulher e cada vez mais as agregam em seu quadro de funcionários. A empresa que valoriza o trabalho feminino e oferece melhores condições para que conciliem trabalho doméstico e vida profissional além de reter essas funcionárias, ganha colaboradores mais satisfeitos e realizados, melhorando a qualidade do seu trabalho e do ambiente onde vivem. É uma relação onde todos ganham e deve ser cada vez mais valorizada pelas organizações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário