Será que homens aguentam ter mulheres parceiras que sejam mais poderosas do que eles? Será que os tempos estão mudando e isso já não abala tantos os homens? Será? Uma análise do censo americano, publicada em 19 de janeiro deste ano no jornal The New York Times, mostra que mulheres que ganham mais que seus companheiros e tem papéis invertidos nas funções tradicionais do casal, estão mais propensas a encontrarem dificuldades em estabelecer uma relação afetiva duradoura.
O censo americano analisou mulheres entre 30 e 44 anos e constatou que muitos homens estão ficando atrás das mulheres em termos de formação educacional. Ou seja, mais bem educadas conseguem posições de maior destaque nas empresas. Em contrapartida, aumentam suas dificuldades de encontrar parceiros que lidem bem com essa diferença.
Os números comprovam esse crescente descompasso. Em 1970, nos USA, 28% das esposas tinham maridos que possuíam nível escolar mais elevado que elas e 20% eram casadas com homens menos educados. Além disso, 4% dos maridos tinham mulheres que ganhavam mais do que eles. Em 2007, os dados comparáveis mudam para 19% , 28% e 22%, respectivamente.
O que se vê então, pelo menos nos USA: uma inversão bem clara apontando para mulheres ganhando mais do que homens, fruto de uma formação escolar superior.Aterrisando no Brasil, hoje, nas universidades brasileiras a proporção de mulheres x homens é de aproximadamente 60% x 40%. Ainda lutamos pela paridade salarial entre gêneros mas esse contingente maior de mulheres brasileiras educadas, fatalmente, pressionará cada vez mais nessa direção.Não são poucos os exemplos de mulheres que conheço, super interessantes e bem sucedidas, que encontram dificuldades para encontrar homens que “aguentem” conviver com elas. Precisamos, urgentemente, discutir esse tema e buscar soluções para que esse mal estar contemporâneo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário